Salve! Segue abaixo o soneto da Lua, que é excelente, do Vinicius de Moraes. Firmeza!
Soneto da Lua
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos languidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impúro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruím
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugáz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
Por Vinicius de Moraes
23 de abr. de 2004
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